30.6.10

O mundo era dela

Um olhar calmo e um sorriso meigo no rosto. Foi assim com um, três, seis... Cansou de esperar. Levantou-se do muro que ficara todas as noites à deriva e saiu de casa. Deixou para trás sonhos, plano e desamores. Trancou a porta. No caminho, ficou perdida a inocência que deu-se ar de malandra, esperta. Vagou sem direção por vários dias colhendo os malefícios perdidos da terra. Tomando andares como se já nascera com ela. Olhou, sorriu e todo mundo viu. O mundo era dela.
O que os outros enxergavam era um olhar rasgante, penetrante. Um sorriso passou a morar, esquecido, com um tom sacárstico pulando sempre para fora da boca. Deu luz a uma mulher sem coração. Por onde passou, pisou alguns, machucou e chutou fora. Não poucos... foram muitos. Cansada de ensinar, voltou para casa. Abriu a porta... De todos, só um ficou.
Não há distância que separe.
Não há ausência que não faça lembrar.
Não tem mais como disfarçar: Vou guardar no silêncio palavras que o coração é incapaz de dizer.

Um comentário:

  1. Pegou fundo esse mais linda! hahahahhahahaha liiindo demais, como tudo que tu escreve. (LLLL)
    beeeijoooo

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